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Os benefícios da tosse são a eliminação de secreção das vias áereas e proteção contra aspiração de alimentos/secreção/corpo estranho. O ato de tossir surge através da irritação dos receptores distribuídos pela vias aéreas, exceto nos alvéolos e parênquima pulmonar, e estes são transmitidos pelas vias aferentes do nervo vago até o centro da tosse difusamente localizados na medula espinhal. Um estímulos eferente é então enviado como resposta pelo nervo frênico que realiza a contração do diafragma e inicia a primeira fase da tosse, a fase inspiratória, onde ocorre uma inspiração profunda, acumulando ar nos pulmões, seguida do fechamento da glote. Logo, ocorre a fase compressiva, onde por cerca de 0,2 segundos existe a ativação da contração dos músculos reto abdominais e intercostais, nessa condição a pressão intratoracica pode chegar a 300mmHg. Na fase expiratória, existem então a abertura súbita da glote e a expulsão do ar juntamente com o fator irritante. Todo esse processo inicia-se novamente se o irritante ainda premanecer impregnado na via aérea.

 

Agora amigo enfermeiro, procure entender o que permeia a nossa atuação no paciente intubado.

 

A presença do tubo orotraqueal (TOT) quebra a barreira de vedamento natural da via aérea, o complexo anatômico glotico-epiglótico, bem como a depressão do reflexo de tosse pelas doses de sedação/analgesia utilizados. Ainda, a presença do TOT interrompe a mobilidade das secreções traqueobronquicas pelo movimento mucociliar, na altura de 2 cm acima da bifurcação da carina, onde é localizado a ponta do TOT. A produção das secreções traqueobronquicas associada a estagnação e viscosidade da mesma tentem a criar uma espécie de tampão (comumente chamado de rolha) diminuido a luz do TOT, aumentando a resistência ao fluxo de ar e comprometendo a ventilação do paciente.

 

Logo, o enfemeiro deve diagnosticar essas situações e prescrever os cuidados.

 

DIAGNÓTICOS DE ENFERMAGEM EM PACIENTE SUBMETIDOS A INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL:

 

D.E. Desobstrução ineficaz das vias aéreas relacionado à supressão do reflexo da tosse, secundária a sedação.

Meta: Manter via áerea desobstruida.

Prescrição de Cuidados:

-Realizar aspiração com técnica asséptica no tubo orotraqueal de 2/2 horas, ou sempre que: ausculta com roncos e ou secreção visível em TOT;

-Atentar para sinais de obstrução de TOT: agitação, queda da saturação de oxigênio, cianose periférica, alarme de aumento de pico pressão inspiratório pelo ventilador mecânico;

 

 

D.E. Risco para aspiração relacionado à depressão dos reflexos laringeos e glóticos, secundários a presença de TOT.

Meta: Evitar que o paciente aspire.

Prescrição de Cuidados:

-Manter cabeceira elevada a 30º;

-Realizar aspiração da cavidade oral para retirar conteúdo salivar e evitar o escoamento para a traquéia;

-Verificar se o cuff do TOT está insuflado;

-Utilizar a numeração existente na parede do TOT para verificar altura de sua inserção, com relação a arcada dos dentes do paciente e registrar na evolução de enfermagem;

 

 

 

D.E. Risco para integridade tissular prejudicada relacionado a efeitos de irritantes mecânicos compressivos, secundário a presença de TOT.

Meta: Evitar lesão tissular.

Prescrição de Cuidados:

-Alterar a lateralidade do TOT dentro da boca do paciente para descomprimir partes moles (lábios e língua), 2/2 horas;

-Evitar posicionar o tubo do lado que possuir lesão oral ou quielite angular;

-Trocar a posição do cadarço de fixação do TOT, 2/2horas;

-Aplicar algodão acima das orelhas para evitar o cissalhamento do cadarço;

-Aferir a pressão do cuff utilizando aparelho específico. Atenção: não ultrapassar 25mmHg; 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier Ed., 2006

 

CARPENITO, L. J. Manual de diagnóstico de enfermagem. 9ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.

 

Diagnósticos de Enfermagem da NANDA:  definições e classificação 2012-2014. Coord. Alba Lucia Bottura de Barros [et al]. Porto Alegre: Artmed, 2013.

 

Intubação orotraqueal

 

É a introdução de um tubo na luz da traquéia por via da cavidade oral. Surge da necessidade de suporte ventilatório invasivo, proteção das vias aéreas, procedimentos que utilizem de anestesia ou assegurar patência de via aérea.

Após estabelecida a via aérea artificial pelo médico ou outro profissional habilitado, a enfermagem tem papel fundamental na monitorização e controle através dos cuidados, que devem ser aprazados de acordo com cada indivíduo.

 

 

 

 

 

 

ATENÇÃO: Durante o cuidado ao paciente podem estar em prioridade outros diagnósticos de enfermagem não listados aqui, por isso a importância de focalizar individualmente a assistência.

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